• Color code, a mensagem subliminar da direção de arte para reforçar a marca do anunciante

    Quem assiste o novo comercial do Banco do Brasil, “O Agro é da gente”, não tem como não perceber a presença da cor amarela em praticamente todas as cenas.

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    Não é para menos: o amarelo é a cor da marca do Banco do Brasil. E Rafa Damy, o diretor do filme para a produtora Santeria, em conversa com a Janela, disse concordar que é fundamental este cuidado na produção: “com a quantidade de informações que o espectador é atingido atualmente por todos os lados, todo impacto visual precisa ser consistente com a comunicação da marca”.

    Não por acaso, revela Damy, nas primeiras reuniões da produção com a agência Lew’Lara\TBWA, que assina a criação do trabalho, a Santeria recebeu a recomendação de estar atenta, não só ao color code do próprio Banco do Brasil, como evitar o uso de cores que pudessem remeter às instituições  bancárias concorrentes. Por exemplo, o Itaú é laranja. E o Bradesco, vermelho.

    No caso do do Banco do Brasil, por ser uma estatal brasileira, fazia sentido também usar as outras cores da bandeira, como o azul e o verde.

    A diretora de arte do comercial, Débora Caires, então, conta Rafa Damy, se cercou de dezenas de objetos amarelos para levar em todas as gravações. “Nosso maior desafio foi trazer o color code para o mundo real, ou seja, de modo que o espectador percebesse a situação como algo absolutamente natural”, explica o diretor.

    Se, ao olhar pela câmera, Damy notava que o enquadramento não mostrava amarelo suficiente, a direção de arte já cuidava para acrescentar algo que pudesse funcionar sem estranheza. E foi assim que o amarelo surgiu desde a borracha antiderrapante em uma cena de calçada até o suco de laranja servido no almoço de família, passando por camisas e caixas plásticas.

    Quem curte produção vai notar também que, em cenas na cidade, os prédios têm uma certa tonalidade azul nas janelas. Rafa Damy conta que, no passado, era comum as produtoras usarem filtros de cor para chegarem ao color code do cliente. Só que isso interferia em toda a cena, inclusive no primeiro plano. Agora, a tecnologia facilitou a tarefa. É possível simplesmente fazer correções de cores digitalmente em áreas demarcadas, sem prejudicar a imagem que está à frente.

    Pra completar, Rafa Damy contou um bastidor curioso sobre o trabalho. Como o tema do comercial é o agro, no começo da produção ele chegou a imaginar, com todos os detalhes, uma cena em que alguém puxava da terra uma cenoura. O movimento seria lindo. Só tinha um problema: cenouras não são amarelas. Resultado, a ideia foi logo abortada.

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    Marcio Ehrlich

    Jornalista, publicitário e ator eventual. Escreve sobre publicidade desde 15 de julho de 1977, com passagens por jornais, revistas, rádios e tvs como Tribuna da Imprensa, O Globo, Última Hora, Jornal do Commercio, Monitor Mercantil, Rádio JB, Rádio Tupi FM, TV S e TV E.

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